sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Nivel de ocupação de Via





Especialmente a partir da Revolução Industrial, as cidades se desenvolveram como polos de aglomeração de pessoas e como espaços para reprodução voltada ao crescimento econômico, com incremento na quantidade de deslocamentos. No caso dos transportes, as principais transformações foram o trem a vapor que permitiu a expansão das fronteiras e a superação de grandes distâncias e, no início do século XIX, o advento e difusão do automóvel que foi facilmente assimilado como meio de transporte. Este último tornou-se indutor de transformações indeléveis no tecido urbano das cidades.

O processo de urbanização no Brasil foi marcado pelo acelerado crescimento da população urbana vinculado a um modelo de expansão rarefeita e de baixa densidade, um espraiamento urbano. As grandes distâncias de deslocamento e a ausência de acesso a transporte público de qualidade, em termos de tarifa, oferta e conforto, condicionaram ao uso do automóvel.

Essa realidade fez crescer o número de veículos em circulação e provocou a saturação do sistema viário em áreas centrais e corredores de tráfego. Por outro lado, para as populações de baixa renda que não possuem automóveis, moram nas periferias distantes e não são atendidas pelo transporte público, resta a condenação à imobilidade e à iniquidade por não terem acesso a todas as localizações e todos os benefícios da cidade.

As políticas rodoviaristas e incentivos de governo dadas à indústria
automobilística sempre tiveram como motivação principal o
para estimular a venda de automóveis, no período pós-crise mundial, e aquecer o setor da economia.
Difícil é não reconhecer o papel que essa indústria representa para o país que é o 5º maior produtor do mundo (Barros,2009), e tem cerca de 25% do Produto Interno Bruto gerados por essa

atividade (Pereira, 2009). Não obstante, o conjunto de custos indiretos(sociais) associados ao uso do automóvel, como a poluição visual, sonora e atmosférica, as perdas com acidentes de trânsito e as de economias derivadas dos congestionamentos, tem sido negligenciado como ponto de inflexão nos processos decisórios de políticas públicas.

Há uma série de alternativas que surgem como argumento para a superação das externalidades negativas do automóvel, como o desenho de modelos de menores tamanhos, os combustíveis limpos, a automatização do trânsito etc. Nenhuma delas, porém, reverte o processo que coloca o uso do automóvel como vetor para dispersão do contato entre as pessoas nas ruas das cidades.

Temos então a ocupação desordenada das cidades e o crescimento do número de veículos como ingredientes da crise generalizada da mobilidade urbana.
Mas a falta de capacitação técnica das pessoas que estão no comando dos cargos comissionados do Governo nas três esferas, (Federal, Estadual e Municipal) tem prejudicado esse crescimento.
Um exemplo notório disso está na má gestão do nosso sistema de Transporte.
Recentemente trabalhei em uma prefeitura de Minas Gerais que a Gestão de Transportes da cidade de cerca de 170 mil habitantes estava na mão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ou seja, a Gestão dos Transportes da Cidade não tinha uma Secretaria própria, também não possuía uma empresa Municipal de gestão dos transportes, e pior não possuía na cidade Engenheiro de Transporte, trafego ou similar, a gestão dos projetos municipais de transporte públicos quando eram feitos era feito por engenheiros da secretaria de obras públicas que não possui especialização na área de planejamento de transportes e não detinha conhecimento das necessidades transitórias de locomoção da população do Município. A prefeitura não tinha ainda canais de consulta e pesquisa a população, e não tinha analistas para projetar o trânsito da cidade de forma que quando eram necessárias intervenções nas vias do município não havia estudos específicos para direcionamento de fluxo e para complicar mais a prefeitura não possuía e não possui até hoje um Técnico especialista em Trânsito e Transporte se quer para atuar na sinalização das vias de maneira que as vias eram sinalizadas conforme pedido de vereadores, de presidentes de associações ou de outras pessoas que não detém conhecimento de planejamento viário. 
O Brasil têm mais de 5.000 municípios e 90% destes infelizmente não possuem gestão ou planejamento de transporte, profissionais qualificados como os Técnicos que são formados todos os anos no curso de Transportes do Cefet-mg não possuem mercado, pois não existe uma regulamentação da profissão por parte do Governo federal ou do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agrimensura) e com isso ficamos cada vez mais a mercê da ignorância de gestão no sistema de Transportes.

Um sério problema que se têm com o crescimento econômico do Brasil é o de Mobilidade Urbana que vem sendo amplamente discutido e a mobilidade urbana passa muito pelas condições de uso das Vias. E um fator determinante para o fluxo de veículos é o NIVEL DE OCUPAÇÃO DE VIA, esse nível não existe por acaso.

 Existem diferentes estratégias de controle de tráfego, que comprovadamente trazem diversos benefícios para a sociedade, tendo em vista que por meio da redução dos congestionamentos, levam a economia de combustíveis, redução de tempos de viagem,

redução das agressões ao meio ambiente (menor poluição atmosférica e menor ruído), redução de acidentes, dentre outros. 

Mas a estratégia mais eficaz para o sistema de transporte continua sendo a pesquisa, diversas metodologias de pesquisas existem em todo mundo, especialistas de grandes cidades como São Paulo por exemplo desenvolvem projetos para que o trânsito caótico de metrópoles possam fluir, mas a ausência de planejamento pode afetar até pequenas cidades, cidades como Ilhéus por exemplo apresentam trechos de picos de congestionamento apesar de sua pouca densidade populacional e frota de veículos, isso ocorre devido a falta de um sistema gestor qualificado em transporte. 

Abaixo segue um link interessante de estudantes do colégio militar sobre pesquisa de nível de serviço de via, entre outras coisas por exemplo o nível de ocupação da via é importante para determinar os tipos de intervenções que a via exige, limites de velocidade, projetos de estacionamento, semaforização e obras de trincheirização.

http://www.ime.eb.br/~webde2/prof/vania/pubs/(11)DISPOSITIVOSCOMOAPOIOAMOBILIDADEURBANA.pdf

A Atuação de Profissionais especializados ajuda a melhorar o fluxo dando mobilidade e opções a população em sua escolha de trajeto.