sexta-feira, 7 de junho de 2013

Classificação ABC no Gerenciamento de Estoques

A classificação de produtos e mercados, também conhecida como classificação ABC, agrupa produtos ou mercados com características similares, a fim de facilitar o gerenciamento dos estoques. No processo de classificação, é considerado o fato de que nem todos os produtos e mercados têm a mesma importância.
 
O gerenciamento eficiente dos estoques exige que a classificação seja compatível com a estratégia da empresa e com os objetivos de prestação de serviço aos clientes. A classificação  pode basear-se em vários fatores, tais como os mais comuns são vendas, contribuição para o lucro, valor dos estoques, rotação e natureza do item. O processo normal de classificação coloca  em seqüência produtos ou mercados de forma que itens com características similares são colocados no mesmo grupo os produtos são classificados e relacionados em ordem decrescente por volume de vendas, de maneira que produtos de maior rotação (produtos com movimentação de grandes volumes) são relacionados antes dos produtos de baixa rotação.
 
A curva ABC baseia-seno raciocínio do Diagrama de Pareto, em que nem todos os itens tema e mesma importância e a atenção deve ser dada para os mais significativos.
 
Falar de sobrevivência das organizações nos dias  de hoje significa dizer que é imperativo que se utilize técnicas administrativas  que nos permitam enfrentar as diversas alterações que o ambiente operacional nos impõe.
 
Algumas tendências atuais nos permitem dizer que fatores como diminuição dos tempos de ciclo, necessidades de entregas mais freqüentes e mais rápidas, impõe desafios que devemser gerenciados com mais controle.

A classificação ABC, é uma técnica indicada para iniciarmos uma análise sobre a gestão os estoques. Do ponto de vista estratégico devemos estabelecer políticas, padrões e procedimentos relacionados a estoques mais customizados, significa dizer dar tratamento diferenciado de acordo com a sua contribuição para os resultados finais.
 
Não é pretensão deste artigo esgotar o assunto com relação a aplicação da Classificação  ABC, mas demonstrar que podemos melhorar todo o fluxo de informação e produtos por  toda cadeia de abastecimento do segmento. È o inicio de um trabalho mais amplo, queexigirá diversas ações no sentindo de garantir que a aplicação desta técnica traga vantagens competitivas para as organizações do setor.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Logística de Suprimentos e o pedido Perfeito


Em qualquer ramo de negócio, quer seja de saúde, alimentos, automobilístico, têxtil, etc. , do mais simples estabelecimento como por exemplo uma padaria de bairro até uma indústria que componentes aeroespaciais, a competência da logística de suprimentos se faz necessária, com recursos e tecnologias adequadas a cada atividade. Quero aqui destacar algumas características e funções da Logística de Suprimentos no contexto do gerenciamento das cadeias de suprimento, também conhecido como Supply Chain Management - SCM. A complexidade, intensidade, abrangência e especificidades das atividades que acontecem nas transações entre os compenentes das cadeias de suprimento são diretamente proporcionais ao desafio de seu gerenciamento. Devido a sua relevância para a garantia dos negócios, a logística de suprimentos em algumas empresas engloba até mesmo as atividadaes de compras ou procurement. Em casos de fornecimentos mais complexos ou de importância devido a urgência ou altos custos, os profissionais de logística de suprimentos participam das negociações em conjunto com os vendedores e compradores, desde as etapas do planejamento de aquisição.

No plano tático, algumas atividades mais comuns da logística de suprimentos, são compreendidas entre as etapas de diligenciamento dos pedidos de compra até a disponibilização dos itens adquiridos, quer seja para consumo interno ou venda. Assim, após determinado contrato de fornecimento ou pedido de compra ter sido efetivado entre duas empresas, a área de compras da empresa cliente, disponibiliza as respectivas informações para os profissionais de logística de suprimentos iniciarem suas atividades, que podem ser assim sequênciadas:

Diligenciamento dos pedidos que permitirá planejar com mais assertividade as atividades de recebimento dos itens adquiridos.
Contratação do transporte dependendo do tipo de fornecimento contratado (FOB, CIF, etc)
Recepção do veículo de transporte
Conferência fiscal
Conferência física
Preparaçao das cargas para armazenagem ou abastecimento de linhas de produção

A tipologia e a quantidade de “não conformidades” detectadas em cada uma destas etapas demonstra o grau de alinhamento das empresas componentes das cadeias de suprimentos. Estas “não conformidades” ilustram os controles adotados pelas empresas e aquelas que têm estrutura de pessoal qualificado também quantificam os custos inerentes da falta de qualidade. Não são raros os casos de devoluções de mercadoria ou atrasos de recebimento provocados por falhas simples como a omissão do nº do pedido na nota fiscal de fornecimento, isto sem mencionar as mais tradicionais “não conformidades” tais como as divergências de preços e de quantidades de itens. Também não são raros os casos em que a conferência do recebimento é feita utilizando-se a própria nota fiscal, anotando-se manualmente as quantidades recebidas e, neste caso, os gestores ”acreditam” que os colaboradores conferentes estão realmente efetuando as contagens e demais conferências.

No plano estratégico, baseando em minha experiência profissional, quando me deparo com situações recorrentes que denotam falta de qualidade e compromisso em resolver questões básicas de suprimentos, procuro aprofundar nas relações entre os diversos componentes das respectivas supply chains. E assim posso avaliar os diversos gaps de comunicação, entendimento e atitude que permeiam as estruturas organizacionais em seus diversos níveis hierárquicos, que resultam em redução dos níveis de serviço ao cliente e certamente em aumento de custos. É comum observarmos empresas de porte, que apesar de estarem com seus statements (visão, missão e valores) muito bem redigidos e estampados em sites na internet, nas salas de espera e nas salas das chefias e até mesmo nos prêmios de qualidade, apresentarem dificuldades no entendimento e no relacionamento com seus fornecedores e clientes. Não basta que determinada empresa tenha sua visão perfeita e divulgada através dos mais diversos canais de comunicação... é preciso que sua organização seja visionária,  que possa agir de modo a simplificar, melhorar níveis de serviço e reduzir os custos, que contribua para o necessário alinhamento de seus pares, enfim, que possa contribuir de fato para o aumento da competitividade das cadeias de suprimentos em que estiver inserida.

A liderança de uma cadeia de suprimentos pode ser definida por quem é o componente mais forte, mas também pode estar diluída entre seus componentes, o que pode provocar mais “ruídos” e dificultar ainda mais o entendimento entre eles e, consequentemente, colocando mais obstáculos para a obtenção do chamado “pedido perfeito”. Os empresários que desejam fazer negócios com menores custos e riscos devem estar atentos às suas ações no sentido de evitar que soluções simplórias tal como empurrar os custos e ineficiências para seus clientes ou fornecedores sejam adotadas. Eles devem agir com mais responsabilidade e participar ativamente para que ao menos em sua área de influência direta (seus fornecedores e clientes imediatos) todos entendam e comunguem dos mesmos valores e consigam propagar isto ao longo das inúmeras etapas do SCM. Isto pode parecer utopia nos dias atuais em que a qualidade muitas vezes é vencida pela pressa. Agilidade de fornecimento não implica em saltar etapas dos processos, mas garantir sempre a sua melhoria continua. Como vemos, gerenciar etapas e processos de suprimentos não é tarefa fácil, pois exige dedicação e competência para se encontrar a solução certa. E como já dizia H.L.Menchem, jornalista e crítico americano: “Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada”, precisamos estar atentos à eficiência e eficácia das soluções.

Vale salientar que a capacitação e visão ampla do profissional de logística de suprimentos são fundamentais para esta tarefa. Parafraseando alguns líderes empresariais e gurus que afirmam que nada substitui o lucro, digo que nada é mais importante que o pedido perfeito, o graal dos negócios e o maior desafio para os profissionais que atuam no mundo dos negócios, em qualquer parte do planeta e em qualquer negócio.


Escrito por:

Nyssio Ferreira Luz

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFMG, com especialização em Produção, Manutenção, Gestão de Materiais, Marketing e Logística. Mestre em Logística de Transportes pela UFSC.  Atuou em corporações tais como CVRD - Cia. Vale do Rio Doce, FOSFÉRTIL - Fertilizantes Fosfatados S/A e MARTINS Comércio e Serviços de Distribuição S/A.
Atualmente é diretor presidente do IBRALOG - Instituto Brasileiro de Logística onde desenvolve trabalhos de Estratégia Empresarial, Projetos Logísticos e assessoria técnica em logística empresarial. Membro do CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals - USA.

Texto Original do site: Ibralog